quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

MITOLOGIA DE SAGITÁRIO. Nesta época de confraternização, festas e alegria, faz bem, também, viajar em reflexões sobre a nossa existência "mortal".

O Mito de Quirão - o centauro.

Conhecido como o mais justo dos centauros, como o educador modelo ou ainda como o médico ferido, Quirão nasceu da união de Crono com a oceânica Fílira.
A narrativa grega afirma que Crono, temendo represálias da esposa Réia, uniu-se a Fílira sob a forma de cavalo, o que levou Quirão a nascer com o corpo de um eqüino e com cabeça de homem.
Por ser filho de Crono, Quirão pertencia a família divina de Zeus e era imortal, ao contrário dos outros centauros, que eram selvagens e violentos.
Quirão vivia numa gruta, em companhia da mãe, e tinha saber enciclopédico, o que fazia dele um mestre das artes, da guerra e da caça, da mântica (arte divinatória), da equitação, da música e da ética.
Foi o educador de muitos "jovens históricos" e heróis míticos, que eram treinados pelo grande mestre nos ritos iniciáticos.
Os melhores tinham o direito de participarem na vida política, social e religiosa da pólis. Aos heróis, os ritos iniciáticos incorporavam a indispensável força espiritual para enfrentar quaisquer tipos de monstros.
Foram seus discípulos Jasão, Asclépio, Peleu, Aquiles, os Dióscuros Castor e Pólux, entre outros.
É sobretudo na medicina que o benfazejo centauro se destaca. A mitologia grega conta que
Quirão cuidava dos pacientes com zelo e compaixão, curando seus males e feridas.
Conta-se que Quirão foi ferido acidentalmente por uma flecha envenenada, disparada por
Hércules e dirigida ao centauro Élato.
O projétil varou o coração do último e depois atingiu Quirão.
Recolhido à sua gruta, Quirão tentou, com todos os ungüentos, sarar a ferida, mas foi em vão.
O ferimento era realmente incurável e o centauro desejou morrer, mas não conseguia, porque
era imortal.
Por ser um médico ferido, dizia-se que Quirão entendia o sofrimento de seus pacientes.
Para livrar-se da dor permanente e da ferida incurável, Quirão aceita trocar sua imortabilidade
com o mortal Prometeu e pôde finalmente descansar.
Então, foi catasterizado na constelação de Sagitário, simbolizando o vôo da flecha, que por meio do conhecimento ultrapassa e se transforma - de ser animal em espiritual.

Texto de Stela Brito.

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